Como fazer mais e melhor aquilo que nos custa tanto fazer
(texto escrito por um aluno)
As viagens são uma oportunidade para deixar-se surpreender por algum livro nas estantes das lojas do aeroporto e não levar leitura na mala. A busca sem motivo e já um prazer, e sobretudo quando o que se acha tem um valor superior ao habitual.
Isso me aconteceu esta semana. O livro que comprei se chama “O poder do hábito” e o seu autor é Charles Duhigg, um jornalista do New York Times.
Que são exatamente os hábitos? Simplesmente, os padrões dentro do nosso cérebro que nos ajudam a realizar a maioria das coisas que fazemos na nossa vida diária. Dirigir um carro é naturalmente um ato que fazemos guiados pelo hábito apreendido e instalado no interior do nosso cérebro – não precisamos ‘pensar’ para dirigir. A novidade e que os hábitos também desempenham um papel fundamental nas decisões sobre as quais pensamos de forma ativa, e em como agimos conscientemente.
Ainda mais: a chave para se exercitar regularmente, educar bem os filhos, se tornar uma pessoa mais produtiva e ter sucesso na vida passa por entender melhor como os hábitos funcionam. Em outras palavras: os hábitos podem se gerar, gestionar, transformar. Transformá-los, diz o autor, e a diferença entre fracasso e sucesso, entre ter uma vida feliz ou uma vida mais chata.
Lendo o livro podemos compreender por que algumas pessoas e organizações têm tanta dificuldade em mudar, enquanto outras o fazem com muita facilidade. O autor descobre, por exemplo, como hábitos corretos foram cruciais para o sucesso do nadador Michael Phelps, ou do diretor da Starbucks, Howard Schultz. “Todos os hábitos”, explica Duhigg, “começam com um mesmo padrão psicológico. Primeiro aparece uma sinal ou ‘gatilho’, que leva o cérebro a entrar em modo automático e iniciar um comportamento. Depois, há a rotina, que é o comportamento em si. Finalmente, quando a rotina foi desenvolvida, chega a recompensa”.
Então, para alterar um hábito é preciso modificar os padrões que o moldam. A rotina que vem iniciada como resultado dá sinal, pode ser trocada por outra rotina, e o resultado de levá-la adiante pode terminar como antes num mesmo prêmio (ou numa sensação de prazer associada ao fato de executar a rotina). Entendendo isso, podemos ganhar a liberdade para começar a modificar os hábitos que não nos fazem bem.
Como em todos os hábitos, a prática é fundamental para atingir a mudança: “Tarefas que parecem incrivelmente complexas no início, como falar uma língua estrangeira, podem se tornar muito mais fáceis depois de executadas inúmeras vezes. Maus hábitos, como fumar e beber demais, são superados quando aprendemos novas rotinas e a praticamos incessantemente”. Os alunos da Cristina sabemos que isso é bem certinho em relação ao aprendizado de português, não é?
Estou escrevendo este texto no aeroporto de Dallas, no Texas. O sol se põe nas minhas costas e se reflete na tela do computador. O avião que me levará para Madrid decola em uma hora. Ainda não terminei a leitura do livro, mas já tomei a decisão de aplicar algumas das ideias nele contidas para ajudar nossa filha mais velha, uma adolescente de 14 anos, a mudar alguns hábitos. Tenho certeza que vamos ter sucesso e o método vai funcionar!
Vou assumir um compromisso com a Cristina, mais exatamente com seu blog, onde ela me convidou a participar. Se tudo correr bem, em só três meses deveríamos ver alguns comportamentos estabelecidos como hábitos na nossa filha. Se isso acontecer, prometo voltar ao blog e contar como foi a experiência!
Até a próxima,
Ignacio
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