Criatividade e originalidade: os hábitos surpreendentes das pessoas originais.
O psicólogo Adam Grant estuda o que ele denomina “originais”: pessoas que sonham com novas ideias e batalham para que elas existam.
Adam esteve no TED Talks em fevereiro deste ano em Vancouver, Canadá, onde conta sobre uma pesquisa feita em várias empresas com a qual descobriu que as pessoas que deixam as tarefas para última hora (procrastinam) são mais criativas que os que cumprem os prazos ou entregam trabalhos antes do prazo.
- As pessoas que esperam até o último minuto estão tão ocupadas “fazendo nada” que não têm tempo para novas ideias.
- Por outro lado, as pessoas que se apressam estão tão arrebatadas pela ansiedade que também não têm nenhuma ideia original.
Quando deixar para depois pode lhe ajudar a ser mais criativo
Existe um meio-termo, onde parece que as pessoas originais vivem. Talvez eles só tenham maus hábitos no trabalho, talvez procrastinar não gere criatividade, e para descobrir a verdade, fizeram uma experiência:
Pediram que as pessoas gerassem novas ideias de negócios, e analistas independentes avaliaram a criatividade dessas ideias.
A algumas pessoas, foi pedido que fizessem a tarefa imediatamente, e outras, aleatoriamente, foram escolhidas para procrastinar, colocando o jogo “Campo Minado” na frente delas, entre 5 e 10 minutos.
O jogo só era dado depois de eles saberem do que se tratava a tarefa e de o tempo começar a contar. Assim, os participantes tinham liberdade de decidir se jogar ou não, mas já sabendo de antemão o que teriam que fazer.
Resultado – os que deixavam para fazer o trabalho por último, “perdiam” tempo jogando e na verdade estavam “incubando” as ideias. Procrastinar lhes dava tempo de considerar ideias divergentes, de pensar de forma não linear e chegar a conclusões inesperadas.
E grandes pessoas da história que eram originais também procrastinavam. Por exemplo, Martin Luther King, na noite anterior do discurso da Marcha sobre Washington ele estava revendo o texto e passou horas riscando e reescrevendo. Ainda nos minutos anteriores ele continuava revisando o texto.
Depois de uns minutos no palco, ele disse as 4 palavras que ficaram para a história “I have a dream”, e que não estavam no script.
Adiando a tarefa até o último minuto o que ele fez foi deixar sua mente aberta para um maior número de ideias, e como o texto não estava finalizado, ele teve a liberdade de improvisar. E deu certo.
Procrastinar é um vício em se tratando de produtividade, e pode ser uma virtude para a criatividade. Há pessoas que começam rápido, mas demoram para terminar.
Para lançar um produto não necessariamente o inovador tem que ser o primeiro, mas o que o Adam diz no vídeo é que o empreendedor pode esperar a que alguém lance o produto, e observar como funciona, para em seguida aprimorá-lo.
No mundo dos negócios se diz que a probabilidade dos pioneiros fracassarem é de 47%, e os aprimoradores, 8%. Para ser original, não é necessário criar algo do zero, mas ser diferente e fazer melhor.
Gestionando os pontos fracos
E as pessoas originais também têm dúvidas e medo como qualquer outra pessoa., porém gerenciam suas inseguranças de forma diferente.
Existe a dúvida sobre si mesmo e a dúvida sobre a ideia. A dúvida sobre si mesmo pode paralisar. Mas duvidar das ideias é energizante, já que motiva a testar, experimentar, e melhorar.
E quando a pessoa se vê num processo criativo, antes de duvidar da sua capacidade, seria aconselhável duvidar das suas ideias. Ou seja, tudo bem em dizer que os primeiros rascunhos são um lixo, porque a pessoa ainda está no processo, e ainda não chegou no fim.
Mas e o navegador da internet?
Adam sugere que podemos meio que “adivinhar” se uma pessoa é original só observando que navegador usa. Me explica? Pois é, ele separa os usuários da internet em usuários de Firefox/Chrome ou Internet Explorer/Safari.
Apesar de essas pessoas possuírem a mesma média de conhecimentos sobre computadores e velocidade de digitação, o assunto se refere à forma como obtiveram o navegador. Se a pessoa usar Internet Explorer/Safari ela aceita o software padrão que lhe foi fornecido. Se, por outro lado, usa o Firefox/Chrome, ela questionou se haveria um opção ssoa fizer da forma correta, ela se abrir ves dade, mas ok se duvidar das suas ideias. Ou seja, aprimorá-lo.
Tudo isso é pra dizer que um original é o tipo de pessoa que tem iniciativa para questionar os padrões e procurar uma opção melhor. E se a pessoa fizer da forma correta, ela se abrirá para o contrário de deja vu, que é o vuja de, ou seja: olhar para aquilo que se olhou várias vezes, mas com um novo olhar, uma nova perspectiva.
Os originais também têm medo de fracassar e o que os diferencias de todos os demais é que têm mais medo ainda de não ter tentado, e sabem que os maiores arrependimentos virão por não terem tentado. E se olharmos bem, se pudéssemos voltar no tempo e fazer o que não fizemos, optaríamos por aproveitar as chances não aproveitadas.
Se olharmos em todas as áreas, os grandes “originais” que mais prosperaram, são os que mais falharam, por serem os que mais tentaram.
Quanto mais a pessoa produz, mais variedade tem e maiores as chances de criar algo realmente original. Para ser mais original, há de se ter mais ideias.
Em resumo
Os originais são como qualquer outra pessoa, procrastinam, têm medo, dúvidas e ideias ruins. E não apesar delas, mas por causa delas, eles dão certo.
- Começar logo mas demorar para terminar pode impulsar a criatividade
- Instigar a criatividade de um original pode ser algo motivador, e aceitar o medo de não tentar é parte do aprendizado.
- E que é necessário ter várias ideias ruins para se chegar a poucas e boas ideias.
Ser original não é fácil, porém está claro que pensar e agir diferente nos levará a resultados diferentes.
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