Magrela, bike, camelo, cavalinho de pau… Não importa o apelido, a bicicleta é um veículo de locomoção, lazer, entretenimento, competição, em qualquer canto do mundo. Todas as pessoas podem desfrutar dela, independentemente da idade, sexo, condição socioeconômica.
Quem já andou ou anda de bicicleta experimentou o prazer de sentir o vento no rosto, a liberdade de “voar baixo” ou simplesmente deixar-se levar por uma ladeira qualquer só mantendo o equilíbrio. Pedalar é algo que a gente faz sem pensar. Uma vez que se aprende, sabe-se para a vida toda. Quem curte andar de bike compreende que uma situação climática considerada “adversa” pode ser compensada pelo gostinho de pedalar.
Princípios
Sobre quem a inventou há várias teorias. Por citar uma, desmentida no fim do século passado, atribuía-se o crédito do primeiro projeto a Gian Giacomo Caprotti, discípulo de Da Vinci por volta de 1490.
Entretanto a história é outra. Feita inicialmente de madeira e propulsada pelos pés, o primeiro precursor do qual se tem notícia foi o celerífero ou cavalo de rodas em 1790 concebido pelo francês Sivrac. Posteriormente, a draisiana foi idealizada pelo barão e inventor alemão Karl Drais, em 1817.
Somente em 1855 que o francês Ernest Michaux adaptou-a adicionando manivelas e pedais à roda dianteira, transformando-a em velocípede, substituindo madeira por ferro. Nascia a bicicleta Michaux.
Em 1869, na França, foram realizadas as primeiras corridas de velocípedes, dando início ao ciclismo desportivo.
A bicicleta alta (penny–farthing) foi a extensão natural do velocípede, e entre 1880 e 1890 a criação foi aprimorada pelo inglês John Kemp Starley, o pai da bicicleta moderna.
No Brasil, as primeiras bicicletas apareceram em 1898.
Passando de ser inicialmente um objeto pesado (as primeiras pesavam até 50 kg) a ser feita com materiais leves e resistentes como alumínio e fibra de carbono e chegar a pesar 7kg, é uma obra-prima da engenharia e que de tão simples, surpreende.
Uso em diversos países
As bicicletas podem ser de passeio ou urbanas, de montanha ou mountain bike, de competição e de turismo.
Atualmente a bicicleta é considerada uma alternativa ao trânsito das grandes cidades. É um meio de transporte sadio, ecológico, sustentável e econômico, que não gera ruídos nem polui o ar.
Soma benefícios à saúde do ciclista, como manutenção da forma física, diminuição da barriguinha que se ganha por passar o dia sentado no escritório, prática de exercícios cardiovasculares, e ainda o deleite das mais belas paisagens sob uma perspectiva diferente e desestressante.
Válido para uso em zonas rurais e cidades, seu uso está generalizado na maior parte da Europa, chegando a ser um dos principais meios de transporte de países com boas infraestruturas de ciclovias como França, Suíça, Alemanha, ou Países Baixos.
A cidade de Amsterdã, na Holanda, merece atenção especial, já que a necessidade de usá-la surgiu de uma crise importante que vale a pena conferir neste vídeo http://www.youtube.com/watch?v=FXBn68ALjcE
Na Espanha existem cidades que estão preparadas e querem que a bicicleta seja meio de transporte, como é o caso de Barcelona, Sevilha, Saragoça, Vitoria-Gasteiz (bicis minuto 15:39)
Em Madri muito tem que ser desenvolvido nessa área, apesar de haver uma associação como a Pedalibre , inciativas mensais como a Bicicrítica nascida da massa crítica, anuais com a bicicleta como pretexto como o Monster Pedal ou atemporais como a do Bicigrino.
Muitas pessoas podem ter a ideia de que na China o principal veículo de locomoção é a bicicleta. Nada mais longe da realidade, segundo artigo abaixo:
“Nos anos 80, Pequim era o reino das bicicletas. Hoje é o paraíso dos carros. Mas, na medida em que o tráfego e a poluição aumentam, autoridades locais estão tentando incentivar novamente o uso das bicicletas na capital chinesa.”
Na Ásia, especialmente na Índia, já foi um meio de transporte importante. Atualmente há pouco incentivo governamental.
Nos Estados Unidos o uso é cada vez mais incentivado e temos a cidade de Nova Iorque como exemplo. O plano de Ruas Sustentáveis (Sustainable Streets) é parte de um plano de longo prazo para combater o aquecimento global.
Portland é o modelo de sustentabilidade no país.
Para fechar, deixo um artigo para pensar um pouco sobre o nosso papel na responsabilidade pela mobilidade urbana:
“Mesmo com todo o apelo lúdico, romântico e envolvente que ronda o universo da bicicleta, seus benefícios são práticos, objetivos e racionais. As vantagens de estimular seu uso com segurança traz benefícios a curto, médio e longo prazos para qualquer política pública decente. Sem romantismo, nem ativismo.
Humanizar as ruas, seja reduzindo a velocidade dos carros ou trazendo pedestres e ciclistas para ocupar o espaço que é de todos, tem influência direta nos assuntos relacionados à segurança pública, saúde, bem estar, sustentabilidade e qualidade de vida.”
Na semana que vem, a bicicleta no contexto da mobilidade urbana sustentável no Brasil.
Grandes competições europeias a título de curiosidade
França- Tour de France
Espanha – La Vuelta Ciclista
Itália – Giro de Itália
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