Hoje, 6 de abril de 2016, faz 120 anos que as primeiras Olimpíadas da era moderna foram celebradas.
Aconteceram em Atenas, na Grécia, entre os dias 6 e 15 de abril de 1896, 10 dias. Foram 241 atletas masculinos – não houve participação feminina – de 14 países, que competiram em 43 provas de 9 esportes.
Os Jogos Olímpicos são o evento esportivo mais popular e com mais prestígio do planeta. Grandes cidades dos cinco continentes competem a cada 4 anos para serem escolhidas como sede de um evento de impacto global que tem suas raízes na Grécia Clássica, mas que nasceu no fim do século XIX, idealizado por um parisiense entusiasmado.
Primórdios
Os Jogos começaram por volta de 776 a.C. em Olímpia, na Grécia. No início eram ligados a rituais religiosos de culto a Zeus, e por conta do seu caráter sagrado, até as guerras paravam durante a competição. Era a chamada “trégua olímpica”.
Ao longo de 12 séculos as disputas se sucederam, sempre a cada 4 anos, até serem interrompidas durante o governo de Theodósio I.
No ano 393 d.C., o imperador romano proibiu a realização por considera-la um ritual pagão. (texto adaptado do vídeo abaixo)
Origem Jogos Olímpicos Modernos – Pierre de Coubertin
O barão Pierre de Coubertin, o pai dos jogos olímpicos modernos, nasceu em Paris em 1863. Filho de um pintor e uma dona de casa, que queriam que seu filho fosse miliar ou político, mas desde pequeno Pierre mostrou sua preferência pelo mundo da educação. A partir de 1870 teve que viver os problemas da guerra da comuna e da 3ª república francesa, o que produziu uma grande divisão na vida social e teve importantes consequências na organização escolar da época.
Antes de chegar aos 20 anos já tinha feito várias viagens, visitando escolas britânicas e americanas, onde encontrou as bases para uma reforma educativa. Posteriormente foi eleito membro do comitê para a organização da educação na escola francesa. Nesse período dedicou grandes esforços a um plano de formação física para todos os estudantes.
Foi entre as ruínas que viu numa de suas viagens a Grécia que ele teve a visão de que a tocha olímpica ainda podia ser acesa com o fim de levar ao mundo a paz e o intercâmbio de culturas.
Com motivo da expo universal de Paris de 1889, Pierre Coubertin empenhou trabalho e incluso fortuna em promover uma reforma na educação física das escolas e incentivar os políticos para que os Jogos Olímpicos reaparecessem como eram na Grécia Antiga.
No começo não teve nenhum resultado, mas no Segundo Congresso Internacional do Esporte, feito em 1894 na Sorbonne foi aprovado o apoio à nova olimpíada. Mais tarde se soube que dos 79 representantes das 49 nações presentes, somente 2 estavam entusiasmados com a renovação dos jogos: o presidente do comitê grego Dimitrios Vikelas, e um professor do colégio de New Jersey, a futura Universidade de Princeton.
Após 1500 anos de silêncio, em abril de 1896 foram celebrados os jogos olímpicos em Atenas. Em 1924, depois dos jogos olímpicos de Paris, Pierre de Coubertin anunciou sua retirada do Comitê internacional. Seus últimos anos foram de solidão, penas e tragédias familiares. Faleceu em setembro de 1937 em Genebra, foi enterrado em Lausanne e, respeitando seu desejo, seu coração foi levado a Olímpia, onde jaz em um pequeno monumento junto às ruínas.
CURIOSIDADES
Volta ao berço olímpico
Em 776 a.C., Koribos de Élide cruzou a meta em primeiro lugar depois de 192,27 metros de esforços sobre a areia batida e foi aclamado por 50 mil homens que enchiam o estádio de Olímpia.
No verão de 2004 foram 15 mil espectadores, mais 4 milhões pela TV, que aclamaram 2 lançadores de peso (1 mulher e 1 homem) no mesmo cenário, que imitaram Koribos 21 séculos depois.
Presença das mulheres
Em 2004 foi a primeira vez que as mulheres tiveram permissão para competir em Olímpia, porém há registros de que tenham participado indiretamente desde 680 a.C, já que foi quando as corridas de quadrigas foram introduzidas no campeonato, e muitas gregas eram donas de carros e cavalarias. Na Grécia clássica as mulheres não podiam nem participar nem ser público. Nos primórdios, a sacerdotisa de Deméter, deusa da fecundidade, era a única que tinha acesso ao recinto olímpico. Na época do máximo esplendor dos jogos, a violação a esta proibição era paga com a própria vida.
Segundo a Enciclopédia Salvat dos Esportes, séculos mais tarde, provavelmente na época da decadência dos jogos, permitiu-se a presença de mulheres solteiras “a fim de contemplar os corpos nus dos homens em plena competência ou seu vigor atlético as induzisse a casar-se”.
“Da mesma forma, a mesma proibição imposta às mulheres casadas nasceria de que estas poderia estabelecer odiosas comparações entre os atletas e olímpicos e seus próprios maridos”.
Atletas femininas
O barão de Coubertin era contra a presença de mulheres nas disputas. Mas havia uma grande pressão por parte das feministas, cada vez mais atuantes. Em 1900, seis corajosas tenistas e cinco golfistas enfrentaram as recusas dos organizadores.
Para acalmar a fúria dessas precursoras, foi montada uma espécie de torneio paralelo. Em 1920, inscreveram-se 63 mulheres nos Jogos da Antuérpia. Elas já somavam 136 em 1924. Logo na abertura dos Jogos de Amsterdã, em 1928, o barão subiu à tribuna e pediu demissão do cargo de presidente de honra do Comitê Olímpico Internacional.
No discurso, ele acusou seus seguidores de haverem “traído o ideal olímpico, permitindo a presença de mulheres”.
Na Olimpíada de Pequim, em 2008, o Brasil teve a maior delegação de atletas mulheres da história do país. Participaram dos jogos 133 mulheres, o que representava 48% do total de esportistas.
Nos Jogos Olímpicos de 2012, pela primeira vez todas as 205 delegações tinham mulheres em sua composição.
Curiosidades sobre Mulheres nas Olimpíadas
Este post foi traduzido e adaptado das seguintes fontes: O Guia dos Curiosos, La Voz de Galicia, El País-Brasil, Umadblog e Wikipedia.
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